terça-feira, junho 12, 2007

 

Paxá, O Eterno

Hoje perdi um amigo. Um amigo que conhecia desde os nove anos de idade, ou seja, desde que me entendo por gente.

Durante minha infância, brincávamos muito. Quando não era com ele, fazia questão de se meter nas brincadeiras minhas e do meu irmão.
Foi participativo na adolescência. Conheceu os vários grupos de amizades por quais passei. Participou e interagiu em várias festas que se passaram em casa. Acompanhava de perto todos os campeonatos de tênis de mesa e, quando íamos para a rua, se não ia conosco, esperava pacientemente nossa volta.
Viu minha sobrinha nascer e crescer. Viu todas as minhas namoradas, e alguns “casos” com certeza. Assistiu eu me formar na oitava série e no colegial. Me viu entrar na faculdade. Aliás, estava do lado quando rasparam minha cabeça.
Estava em casa em todos, absolutamente todos, os porres que eu tomei. Me viu chegar tarde, chegar escondido, sair de carro e voltar sem (roubado), sair e voltar vestido de mulher (bendita festa do contrário).
Me via saindo para treinar na hora do almoço e também quando voltava do treino morrendo de fome. Viu todas as medalhas que ganhei nos campeonatos, não que sejam muitas, mas é algo significativo.
Estava de pé todas as manhãs que saí para trabalhar. E me recebia com alegria depois de um dia cansativo.
Me viu sair da faculdade. Uma mistura de alivio com alegria infinita.
Me viu sair de casa. Primeiro para perto, e depois para longe.

Últimamente, devido à distância geográfica, nos víamos pouco. Mas o fato de saber que ele estaria lá todas as vezes que eu retornasse era confortante. E mesmo velho e cansado, me recebia com felicidade.

Esse amigo é o Paxá, meu cachorro. Fiz questão de descrever tudo isso antes para não ter que escutar: “Ah! Mas é só um cachorro?”. Não! Não era só um cachorro. Era um membro da família. Muito inteligente, participava, nos protegia, nos acolhia. Cresceu junto comigo. E após quase 17 anos de vida, ele se foi.

Tenho certeza que se existe um paraíso para cachorros, o Grande Canil – como ouvi falar – ele está lá. Sendo escovado todos os dias, passeando quando quer, comendo pão – isso mesmo, pão – sempre que tem vontade e tem muitas, muitas rodas de carro para ele mijar – único vício que nunca conseguimos tirar dele.

Paxá, fica aqui meu adeus com essa homenagem à você.

Paxá, O Eterno ٭Julho de 1990 †Junho de 2007. E eternamente em nossa lembrança...

This page is powered by Blogger. Isn't yours?