terça-feira, janeiro 30, 2007

 

Um capitulo da minha vida

Capitulo: O braço quebrado

O braço quebrado veio quando o grande escalador de portas, traído pela velocidade do seu cérebro, resolveu sentar no ombro da irmã - na época apenas Ju - que, cansada de tanto esperar, foi embora, achando que o menino não queria ir para seu ombro. A conseqüência foi um tombo e o resultado um braço direito quebrado.
Meus pais me levaram para o hospital, não puderam colocar meu braço no lugar, porque depois de comer não se dá anestesia. Com braço enfaixado e muita dor voltei pra casa para esperar a manhã seguinte e dormir. Ou melhor, não dormir. Minha mãe - agora enfermeira - passou a noite cuidando daquela criança que, de dor, se recusava a dormir.
Na manhã seguinte, no hospital, escuto o médico dizer: - “você vai sentir um cheirinho de maça verde” – colocando a mascara na minha cara. Só deu tempo de reconhecer o cheiro e dormir.
Acordei e, ao meu lado, estava meu ursinho azul de pelúcia, também com o braço enfaixado, minha irmã - na hora, solidária – havia enfaixado o urso para que eu não me sentisse sozinho.
Passei minha formatura do pré para a primeira série assim: com uma beca que mais parecia um babador e o braço engessado.
Lembro de eu brincando de carrinho com o Richárd – na época, ainda Bruno – difícil fazer isso quando não se tem o outro braço para apoiar no chão.
Lembro de tirar o gesso um pouco antes de sair de férias e dar de cara com um braço duro, fino e com pelos compridos. Também lembro do meu tio, na inútil tentativa, esticar meu braço na força. Mas não lembro da recuperação, do braço voltando ao normal, só sei que foi durante uma viagem, mas esse é outro capítulo.

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